Quem
acompanha nossas postagens já percebeu a presença de um elemento recorrente: os
cafés! Afinal, um bom Flâneur curte muito a aconchegante mesa de um café. Já mencionamos alguns cafés da Natal dos anos 1950 e 1960 com o texto que
tratamos do Grande Ponto (Veja o texto sobre o Grande Ponto aqui).
Hoje,
nós iremos fazer um passeio por um desses cafés, o Café São Luiz, um lugar
significativo para a memória da Cidade do Natal e que vale a pena conhecer!
O
Café São Luiz é um local que vem se reinventando a cada dia, mantendo suas
portas abertas desde 1953. Mais que um simples local para degustar e saborear a
deliciosa bebida, é um local para a manutenção das lembranças de antigos
frequentadores. O lugar também se firmou no tempo como ponto de encontro para
intelectuais, artistas, políticos e jornalistas. Podemos pensar que o São Luiz já
é um símbolo de memória!
Charge de 2005, autoria de Amâncio. A imagem foi encontrada em um dos sebos de Natal. Na imagem estão representados antigos frequentadores como Pedro Grilo, Ramezoni, Osório Almeida, Gutenberg Costa, dentre outros. Sobrevoando, com xícaras nas mãos, estão o poeta Cisquito e José Luiz Silva.
Curiosamente o ponto que hoje mantém uma clientela
assídua de frequentadores que se reúnem para bater um papo e conversar sobre
diferentes assuntos, foi fundado para servir de ponto de degustação ao Café São
Luiz, que era produzido na torrefação do industrial Luiz Veiga Filho.
Inicialmente, um ponto com função comercial e dependente da fábrica, com o
tempo, o lugar ganhou vida própria e foi além do seu criador. A fábrica fechou, o nome permaneceu. Quando abriu as portas o lugar estava na esquina da
Rua João Pessoa com a Princesa Isabel, mas desde 1969 mantém-se na Rua
Princesa Isabel, 627 – A. Hoje, o Café São Luiz acumula uma série de escritos,
matérias de jornais, poemas e livros, além de charges, foi celebrado de diferentes formas. Uma dessas iniciativas
partiu de José Luiz Silva, o livro Na Calçada do Café São Luiz, 1982, um volume que
embora não seja apenas voltado ao local, promove uma homenagem ao espaço,
apresentando poemas e imagens referentes ao lugar.
Capa do livro Na Calçada do Café São Luiz de 1982
O
Café São Luiz foi tema para poetas, escritores, desenhistas, discursos que servem de
referência para quem quer conhecer o espaço, bem como a história da cidade.
Os frequentadores também possibilitam, através de suas memórias, uma série de
imagens sobre o passado. A própria história do lugar, o local escolhido para a
sua fundação, se refere a uma Natal dos anos 1950, e ao trecho que se
compreendia por Grande Ponto, no bairro da Cidade Alta. É importante lembrar
que esse trecho foi ponto de aglutinação de pessoas, lazer, entretenimento, notícias,
eventos e serviços, além de casas bancárias, cinemas, sedes de clubes, dentre
outros serviços. O Café São Luiz somava-se aos movimentados cafés, bares e
clubes que agitavam o Grande Ponto na Natal dos anos 1950.
Atual fachada do Café São Luiz, fotografia retirada da página do Facebook. Curta aqui.
A
Grande questão é: o Café São Luiz é o único ponto da época
que se mantém de portas abertas. Após décadas de transformações na cidade, o
São Luiz reúne frequentadores que revestem o espaço de uma aura simbólica. Visitar
o lugar, trocar uma ideia, beber um café, é como participar da encenação de uma Natal que já
não existe mais, mas que se refaz a cada dia, principalmente ao vapor do
café... e especialmente aos vapores do Café São Luiz...
Referências:
MEDEIROS,
Augusto B. Além das Xícaras: a
Construção do Café São Luiz como Lugar de Memória em Natal (1950-1980). Natal,
RN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2013. (Dissertação de
mestrado).
SILVA, José Luiz. Na Calçada do Café São Luiz. Natal: Gráfica
União, 1982.
SOUZA,
Itamar de. Nova História de Natal. 2
ed. Natal: Departamento Estadual de Imprensa, 2008.
2 comentários
ComenteO,,CAFÉ SÃO LUIZ FOI UM,SIMBOLO DE NATAL, DOS BONS TEMPOS. QUANDO
Responder ComentárioPOR ALÍ PASSO, TENHO VONTADE CHORAR.
O,,CAFÉ SÃO LUIZ FOI UM,SIMBOLO DE NATAL, DOS BONS TEMPOS. QUANDO
Responder ComentárioPOR ALÍ PASSO, TENHO VONTADE CHORAR.
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