Olá a todos!
Fiquei um pouco sem rumo aqui em minha casa. Em determinado momento, eu já
havia realizado todas as minhas tarefas assim como organizado todos os compromissos
em minha agenda, conversado no whatsapp e postado fotos no instagram, ou seja,
agindo conforme o protocolo rotineiro como um bom ritual contemporâneo. Em um
determinado momento, decidi escolher algo que me desse algum prazer, logo
contei com a autoanálise para ver qual era o meu gosto de hoje, recapitulando o
dia para perceber as inclinações. Olhei para a fila de livros que me esperam na
estante: “- humm, não.” Depois, olhei para o computador e pensei na pilha de
filmes baixados que esperam para serem assistidos: “- humm, não”. Bom, já está
bem tarde (são 00:35 a.m) para iniciar qualquer coisa e, além do mais, meu sono
está aqui ao meu lado – raras ocasiões – esperando o momento que irei me deixar
ser algemado e levado para a cama para iniciar os trabalhos astrais.
Parei por um momento e lembrei de uma série de pontuações que pertence
àquelas cartilhas de metodologias da criatividade ou do fazer que sempre
olhamos por aí. Bom, de repente me deu a vontade de ler e deixar de
procrastinação. Em determinado ponto tal cartilha diz:
3. Faça tudo “de corpo e alma”. Não seja “morno”, “fazendo por fazer”. Até o “impossível” se torna possível quando nos envolvemos integralmente.
Para alguém que estava lendo despretensiosamente aquele papel, o trecho me
pareceu bem pertinente para pensar um pouco mais sobre essa afirmação tão
imperativa. Se levarmos em consideração que nossa vida é motivada por
interesses pelos quais são regidos por impulsos de desejos e vontades, cujo “ambiente”
é a morada do prazer. Logo, podemos subentender que precisamos de paixões as
quais servem para nos movimentar, seja ela qual for, pela vida, pelo trabalho,
pela saúde e etc. Ao ler, pude perceber, que ultimamente ando agindo de forma “morna”
em muitas coisas, em seguida comparei por um minuto o “eu de antigamente” com o
“eu do presente” e logo cheguei a conclusão que já fui mais “quente” um dia. Em
algum momento cheguei ao entendimento que naquela época eu era mais “quente”
pelos meus interesses, nos levando a pensar que estava apaixonado cegamente por
determinada escolha, ao contrário do que ocorre hoje em dia, agindo de forma
mais moderada, mas não menos apaixonado pelos meus objetivos. De certa forma, isso me fez pensar sobre
relacionamentos. Obviamente, nossas maneiras de se relacionar vão se
desenvolvendo de acordo com as experiências adquiridas durante a vida, fenômeno
que ocorre mediante tomada de decisões, caso há escolhas “ruins”, modificamos
nosso entendimento e postura diante daquilo em busca de se sentir bem com
determinadas escolhas, ou seja, em busca das “boas” decisões.
Diante disso, podemos perceber
que cada vez que nos tornamos mais maduros, há uma probabilidade de tornarmos
mais serenos, mais mornos e moderados em diversas situações; talvez seja por algumas
“desilusões amorosas” que acontecem durante a vida, onde há determinadas
situações que resultam em certas frustrações e que fazem com que adotemos uma
postura mais “morna” na próxima vez. (Para não ir com muita sede ao pote).
Pode ser que adotar uma postura “morna” é mostrar que não está tão
apaixonado assim ou que não está se envolvendo tanto para evitar maiores danos,
pois o dispositivo instintivo de auto-preservação já apita em situações de
risco escolhendo seguir o caminho da segurança. Mas, como a vida gosta de brincar,
podemos nos deparar com questões de intensidade. Ora, caso não há intensidade
suficiente de investimento, também não haverá intensidade suficiente de
retorno. Logo, se torna difícil dar um grande passo se estamos engatinhando com
medo de ficar em pé.
Sim, são muitos sofrimentos. No entanto, más experiências servem para
escolhermos outras opções e evitar ficar se recolhendo dentro da caverna,
porque desta forma fica difícil de conseguir alguma recompensa caso determinada
pessoa não dedique alguma energia suficiente para ter algo como retorno. Agir “morno”
é ficar cabreiro, mas ninguém vai dar o primeiro passo se não houver confiança
e, infelizmente, para nos tornamos felizes, há determinadas coisas que
necessitam de compartilhamento, da entrega e do acreditar para que se sinta o “feeling”,
inexoravelmente isso só acontece quando se está apaixonado.

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