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Casos Antigos


          [GRAVADOR DO OFICIAL BRETTON - Áudio 1 - Início]
          - É incrível ter a chance de mostrar algo melhor a ser feito. Não é uma forma babaca de dizer "hey, isso é THE ULTIMATE SUPER BEST que alguém poderia fazer e esse alguém está aqui". Infelizmente, isso acontece muito. Uma pessoa chega, querendo ajudar, acaba sendo motivada pelos motivos errados, se faz de entendido, e depois disso é só merda no ventilador. Mas eu estou me precipitando. Deixa eu começar do... meio.
          Eu e Jonathan tínhamos essa parceria há muito tempo, e estava tudo bem. Eu escrevia, tínhamos ideias de desenvolvimento juntos, ele me ajudava com os perfis dos personagens, eu o guiava pelos ângulos dos quadrinhos. Em resumo, eu fazia o roteiro, ele desenhava. Funcionou assim por muito tempo, porque sabíamos exatamente onde queríamos chegar, quais contratos poderíamos aceitar e quais tínhamos que recusar por não estarmos prontos. Éramos uma dupla e tanto. Mas tudo mudou quando a nação do fogo atacou.
          [GRAVADOR DESLIGADO]
          - Senhorita Verdi...
          - Eu sei, Bretton, eu sei. Eu tentarei não... desculpa, eu não resisti.
          - A senhorita pode retomar o depoimento?
          - Claro, claro.
          [GRAVADOR LIGADO]
          - Onde eu... ah, sim. A irmã de Jonathan, a Senhor do Fogo, Janine. Ela era nossa agente. No começo era só brincadeira, nunca poderíamos sequer pensar que seríamos ocupados o suficiente para precisar de um desses, mas ela tava se formando em assessoria e a mãe dela nos fez jurar que arrumaríamos algo pra ela, nem se fosse pra fazer café. Embora na época eu tenha feito uma piada do gosto da comida que Janine fazia. Hum, isso não é muito relevante, é?
          - Apenas atenha-se aos fatos, Ramona, não temos o dia inteiro.
          - Okay, okay. Bem, então a partir de junho desse ano, Janine estava oficialmente contratada por nós, então, quaisquer lugares onde tínhamos que ir, ela ia atrás. Mais precisamente, na frente, porque ela sempre ia arrumar os detalhes da próxima estadia, da próxima palestra, esse tipo de coisa. Quando penso sobre isso agora, acho que ela fazia de tudo pra impressionar Jonathan. Como ele era o irmão mais velho dela, Janine queria um jeito de deixá-lo orgulhoso, sabe? Mal sabia a coitada, mas ele já tinha orgulho dela há muito tempo, mas, oposto de mim, ele nunca foi muito bom com palavras. Sempre achei isso intrigante, quer dizer... quando o conheci, ele estava trancando o último semestre de psicologia para seguir desenho, mas nunca perguntei o quê o havia direcionado esse esse estudo em primeiro lugar...
          Hum... junho, julho... Sim, foi no segundo domingo de julho. Como eu disse, Janine queria se provar pra o irmão. Foi o que eu estava dizendo no começo, sobre merda no ventilador, é claro que agora faz pleno sentido pro senhor...
          - Deveria fazer?
          - Ahn... sim. Bem o senhor é um investigador, não é? Toda aquela coisa de Sherlock Holmes, embora a maioria das pessoas nunca tenha se dado o cuidado e trabalho de ler Conan Doyle, é bem preciso hoje em dia.
          - Eu não descubro criminosos pelo tipo de cinza deixado pelo suspeito, senhorita Verdi.
          - Eu não estava insinua-
          - Nem adivinho a profissão de alguém por causa de uma marca no cotovelo!
          //ranger de uma cadeira//
          - Oras, já chega vocês dois! Oficial Bretton, se recomponha. E você, Ramona, chega de provocá-lo. Atenha-se ao depoimento, já falei.
          - Perdão, Delegado Lemour.
          - Desculpas aceitas, Bretton, agora, continue, Ramona.
          - Bom... agora apenas isso.
          - O quê?!
          - Você pediram pra eu falar o que eu achava que havia acontecido e-
          - Você falou apenas o porquê de Janine Moira estar naquele hotel, mas testemunhas...
          - Disseram que viram Jonathan, e vocês vem falar comigo! Vocês tem ideia do quão risório é isso? Ele nunca machucaria Janine! Ele estava no auditório, já falei!
          - Sim, ensaiando Deus sabe o quê, porque álibi seguro, isso não é! Sem falar no fato de que a senhorita se recusa a falar do paradeiro dele!
          - Porque..
          //uma cadeira é empurrada//
          eU.. NÃO.. SEI!
          - É melhor arranjar uma desculpa na qual nós possamos acreditar, senhorita Verdi. Até lá, a senhorita será mantida aqui.
          - Eu não.. Janine foi falar com os produtores porque queria nos fazer uma surpresa, é só o que sei. Por isso ela marcou com o reitor, mas estou lhe dizendo, Jonathan não teve nada a ver com isso.
          - Então é melhor ligarmos pra família dela. Porque alguém tem que vir buscar o corpo. Oficial Bretton, isso é tudo.
          - Sim, senhor, delegado.
          [GRAVADOR DO OFICIAL BRETTON - Áudio 1 - Fim]
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