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| Alessandro Papetti |
Enfim, eu, como muita gente (ou
talvez todo mundo, vai saber?), já teve e tem... crises do gênero: "o que danado estou fazendo com minha
vida?"
Crises e questionamentos que se perpetuam angustiantemente durante
o dia... Como se, talvez, toda nossa construção (20, 30 ou 40 anos de
vida ... ) fosse uma perda de tempo, porque o tempo passa rápido, rápido demais
para que se possa ter, ao menos, consciência do que se está fazendo com ele. E,
nesse momento (o da consciência), como quando o coiote no desenho do
Papa-Léguas levanta a plaquinha com: "Socorro", nossa mente parece estar tentando evitar a
mesma coisa, mostrando o óbvio, mas que, muitas vezes, diante da vida
corriqueira, não nos é possível observar. Enfim, Coiote, a gravidade agirá,
porque sempre age...
Assim, levantada a placa, os poucos segundos para a queda foram
literalmente demarcados: nós fomos
avisados, mas, mesmo assim, caímos. Caímos na rotina de todos os dias, para ser
mais exata. Por que, enfim, foi isso que aprendemos a fazer: essa coisa de
seguir a corrente do dia a dia que leva sempre para algum lugar. Mas, será que “o
mesmo lugar” é o lugar em que se quer chegar?
São nessas horas “frágeis” do dia em que penso: “a vida passa tão
rápido quanto a semana?” Porque sabe, assim como o coiote, que já viu a cena de
perder para o papa-léguas e cair de cara no chão dezenas de vezes, vemos a cena
de nossos dias passando da mesma forma e, no entanto, sem fazer nada diferente.
A dificuldade em fechar ciclos e começar uma coisa nova é uma das
coisas importantes da vida, que precisa ser apreendida e executada, porque com
o passar de rápidos anos, pensamos: “a vida passa rápido demais”.
Eu digo que sim, ela passa e se terá
a sensação dessa rapidez ainda maior quando não se faz as coisas que se quer
fazer, ou mesmo as coisas que se deve fazer, porque num piscar de olhos, a vida
passa... Ops, a vida já passou. Porque a vida é isso mesmo: essa coisa que
fazemos entre o piscar dos olhos: entre despertar e dormir.
Então, acho que no ínterim dessa conversa, todos os nós precisamos
é abrir a porta para tudo aquilo que a vida nos oferece e para tudo aquilo que
queremos que ela nos forneça... porque chegará o dia em que não se piscará mais.
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