Gente, eu sou apaixonada pelo cenário musical daqui de
Natal. Depois dessa declaração inicial (que não é novidade para ninguém) ainda
digo mais, para mim, o melhor lançamento no ramo da música dentro deste
primeiro semestre de 2015 foi o CD do Fukai, Abaeté. E olha que essa levada
sonora deste ano foi muito concorrida. Sim, estou contando com artistas
nacionais e tal.
Contudo, se uma coisa o filme ‘Quase Famosos’ me ensinou foi
que o jornalista (o crítico) deve ser inimigo do seu alvo. Apesar de achar que
deve se praticar um meio termo, pois assim como uma crítica feita apenas por
elogios pode ser vazia, uma recheada por ódio destacando defeitos e erros é brutalidade
desnecessária.
Talvez, por isso adiei tanto esse texto, ou talvez seja
porque me senti inibida com tantas resenhas sobre o Abaeté. E antes que eu
esqueça vou deixar o aviso: não tenho pretensão de me passar por nenhuma
crítica musical. Pois, por mais que eu admire e respire música, garimpe novos
sons, me jogue em shows, não tenho conhecimentos técnicos para tal tarefa.
E o que conta para que eu eleja alguma coisa como boa é a
impressão deixada em mim: a sensação que tive na primeira vez que escutei, se
depois de um tempo ainda lembro, se tive vontade de compartilhar com todo mundo
que conheço. Isso vale para filme, música, livro. Acredito que a história,
melodia e o desenrolar podem até entrar no clichê, mas se deixou aquela
sensação boa é o que vale.
O álbum de estreia da banda potiguar é assim, impossível
você escutar apenas uma vez, sem colocar no repeat
pelo menos uma música. As letras são simplórias, mas mesmo assim me pego em
discursões de mesa de bar sobre as estrofes e versos. Quando não, tentamos
decodificar qual é letra verdadeira. Realmente, é uma pena o grupo não ter
disponibilizado as letras das músicas, contudo, deixa a experiência de
descoberta e debates bem mais divertidos.
Afinal: Eu vi o sol e ele ( ) me ouviu também ou ( ) me viu
também?
A melodia é bem desenvolvida, cheia de efeitos
complementares como pandeirola, escaleta, gaita, bongô. A parte instrumental
compensa e muito a letra singela, a qual em algumas partes chega até ser cômica.
Eu digo singela, mas nem por isso a deixa menos importante, em poucas palavras
o grupo consegue cantar uma viagem extraordinária digna de Lucy no céu de
diamantes, guiada pela sabedoria das coisas que a natureza dá pra gente.
Na minha opinião de leiga, nos shows, os instrumentos ficam
muito altos, o que deixa o cantor meio que competindo pelo som e os
complementos sonoros (citados a cima) com pouco destaque.
Por fim, se tem alguém legal por aí que ainda dá ouvidos ao
que digo: Coloque Abaeté no último volume, se prepare para dançar e se divirta.
Mas faz isso e se prepara para querer escutar infinitas vezes. A empolgação é
tanta que toda vez me pego tocando uma pandeirola imaginária.
O disco está
disponível para download,
assim como nas plataformas digitais de streaming
de áudio: Spotify,
Deezer, Itunes, Rdio, Soundcloud, Bandcamp. No site da banda tem tudo bem
detalhado: http://tnb.art.br/rede/fukai
Sim, o álbum foi lançado pela Incubadora Dosol que
documentou todo o processo de gravação e soltou um minidocumentário dividido em
6 episódios, ficou massa.
Melhor música: Porque você é assim
2 comentários
Comentese botar o disco pra tocar ao contrário deve ter alguma mensagem do satanás, certeza! porque a pessoa escuta uma vez e já vicia!
Responder Comentário;**
Eles pegaram a receita com Xuxa :P
Responder ComentárioConversionConversion EmoticonEmoticon