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Reminiscências, crônicas e reflexões de um bloquinho preto e branco: Life is like a boat.


Quando fui convidado para escrever aqui no coletivo eu não tinha ideia em o que eu poderia contribuir, eu poderia falar sobre qualquer coisa, mas a verdade é que eu não estava motivado e nem queria me motivar. Os últimos anos não foram tão bons em minha vida pois tudo que acontecia me desmotivava ainda mais, e com o tempo o ato de escrever foi se perdendo e ficando apenas guardado em um caderno sem ser mostrado. Mas estou empolgado e mesmo assim não sei o que escrever, mas estou aqui e estou motivado.

Hoje eu recebi um bloquinho preto e branco repleto de reflexões e palavras não ditas, então pensei em completar essa caderneta e preencher as palavras não ditas com reflexões, crônicas e reminiscências. E aqui começo a minha contribuição para o coletivo.

É estranho como a nossa vida muda de um dia para o outro, como um minuto, uma hora, dois meses e até anos podem fazer muita diferença em nosso caminho. A vida é como um barco e cabe a nós decidir se esse barco vai para norte, sul, leste, oeste ou simplesmente deixar à deriva sem rumo certo, ou podemos usar aquela bussola que aparece no filme “Piratas do Caribe” onde ela não aponta um norte, mas aponta o que queremos. É engraçado que quando eu cheguei em Noronha eu não imaginava o que seria da minha vida, eu sei que nasci lá, mas eu não me imaginava vivendo na ilha para sempre. Eu queria trilhar o meu caminho, eu queria navegar nesse oceano chamado mundo, eu queria conhecer novos lugares, novas pessoas e não ficar parado lá.

No início eu ficava chateado por não estar em Natal, por não ir ao cinema ou sair para passar o tempo e comecei a perceber que com o passar do tempo isso foi se perdendo em mim. Noronha estava me consumindo, me deixando acomodado e eu não sabia o que fazer, eu estava sem rumo. Noronha me fez entrar em um mundo somente meu e eu tinha que mudar isso, pois o barco não podia ficar à deriva.

Foi em maio de 2011 que eu voltei para Natal, mas eu voltei com o pensamento de que ia ficar pouco tempo e que Noronha ainda me esperava, mas em 25 de junho do mesmo ano isso mudou e foi nesse dia que o meu barco deixou de ficar à deriva e me apresentou o mar que tenho hoje, esse mar foi complicado e cheio de decepções, frustrações e até choros. E hoje pensando nesse mar eu percebo que ele está mais movimentado ainda e isso é bom, pois me faz perceber que é o mar que eu tenho e eu não abro mão dele.

Eu ainda não sei o que escrever, mas sei que não vou ficar parado e sei que aqui posso compartilhar essas reminiscências, crônicas e reflexões tiradas de uma caderneta preta e branca, então até a próxima caro leitor e prometo que aqui vou reencontrar o meu mar.
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