Você conhece o "mangaká" (desenhista do estilo mangá), "key animator" (especialista em animação), roteirista e diretor Hayao
Miyasaki? Ah, querido! Você não sabe o que tá perdendo!
Hayao, nascido no ano de 1941, no Japão, é um dos grandes nomes nacionais e
internacionais nipônicos, especialista em animação para o cinema. Conhecido por um estilo
único de desenho, que levou a sua empresa “O Estúdio Ghibli” a um sucesso
monstruoso. Só para delinear um pouco desse panorama, podemos citar: algumas
indicações ao Oscar e duas premiações efetivas do tapete vermelho, sem contar com inúmeras premiações oriundas do oriente. Sua produção não se deu apenas no cinema onde
sua carreira se consolidou, mas acabou passando pelo mercado de televisão e
mangá, também. Os temas centrais do autor giram em torno de questões eternamente hodiernas, como a dicotomia natureza e tecnologia, a relação que a humanidade tem
com essa dialética, e, a exploração de uma característica humana específica,
que se trata de sua natureza não pacífica. É uma tendência de seus longas
utilizar personagens do sexo feminino, meninas ou mulheres de personalidade
forte, independentes e de grande coragem. Os antagonistas, igualmente, costumam
ganhar uma grande importância tão quanto a protagonista, tornando muitas vezes
difícil dizer quem é o personagem mais importante, de tão ricos em
personalidade e histórias que possuem. (Veja essa linda exposição que ocorreu
no Japão)
O diretor da Ghibli teve uma infância perturbada. Nascido em
um cenário de guerras mundiais e de crises financeiras no país, ele herdou
grande influência para seu trabalho artístico o trabalho de seu pai (Katsuyiki
Miyazaki), que trabalhava como designer de lemes para aviões. Assim, sua
paixão em desenhar aviões começou desde criança. O desenhista passou uma
adolescência difícil, por causa da necessidade de seu pai com o trabalho e as impotências
de saúde de sua mãe, que adquiriu uma tuberculose rara, atingindo sua medula
espinhal, enfermidade essa que deixou ela incapaz por nove anos e levando Hayao
a praticamente morar num leito de hospital nos primeiros anos da doença (críticos
consideram que essa fase da vida do autor está inscrita no famoso filme Tonari no Totoro/ Meu vizinho Totoro). Ele começou a se envolver e se apaixonar por
mangás em um clube de quadrinhos em uma das escolas que cursou, utilizando-se
de um talento natural que já possuía como desenhista. O grande sonho de Hayao
era trabalhar na grande produtora de animações a Toei Animation (Toei Douga),
inclusive, no seu último ano de escola, em 1958, o Japão testemunhava através
da Toei a primeira animação em cores (Hakujaden). Porém, ele acaba se formando
em ciências políticas e economia, posteriormente ele acaba entrando na grande
produtora de animação e vai aprendendo na prática e na rotina dos
profissionais a como trabalhar com animação e melhorar suas qualidades como desenhista.
É somente em 1982, já com sua fluência na linguagem anime e seu largo currículo
em produções para TV e Cinema com animação, que ele lança uma produção solo em
literatura mangá chamada Kaze no tani no
Naushika, mais conhecido internacionalmente como Nausicaä of the Valley of the Wind. Esse produto gerou enormes
finanças devido ao seu sucesso, fazendo com que os fundos fossem revertidos
para uma adaptação do mangá para anime. Em 1984, o anime é lançado com a
direção de Isao Takahata (personalidade emblemática que faz parte do corpo dos
grandes autores da Ghibli), não deu outra, o sucesso foi ainda maior no Japão.
Assim, nasce a ideia irreverente de uma produtora independente, o “Estúdio
Ghibli”.
Em 1996, o estúdio Ghibli já era um sucesso de vendas, de
mercado e de reconhecimento através de premiações. Essa fama chegou ao
ocidente, chamando atenção da Disney, almejando a grande potência mercadológica
do Anime que vinha influenciando o oriente e o mundo. Nessa mesma época, "foi fechado entre a Disney e o Estúdio Ghibli o acordo
conhecido como Disney-Tokuma que, em resumo, consiste na distribuição mundial (incluindo Japão, mas excluindo a Ásia) em vídeo (DVDs não estão incluídos) de todos os longas animados do Estúdio Ghibli, sem falar na distribuição mundial nos cinemas daquele
que lançaria o nome de Hayao Miyazaki ao mundo: Princesa Mononoke (Mononoke-hime, 1997).” A distribuição de Mononoke Hime foi
tão poderosamente sucedida que a bilheteria superou E.T. – O extraterrestre,
que acabou ficando na primeira posição até o lançamento de Titanic. Hayou
ganhou o Oscar com “A viagem de Chihiro” (2001) e recentemente, no ano em que
estamos (2015), ele ganhou o Oscar honorário, prêmio dedicado a personalidades
de grande importância no cinema mundial. Veja a "matéria tendenciosa" no O Globo.
Para quem sabe inglês, fica a dica para a pesquisa do documentário sobre esse grande artista e sua empresa de animação (Kingdom of the Dreams and Madness):
Para quem sabe inglês, fica a dica para a pesquisa do documentário sobre esse grande artista e sua empresa de animação (Kingdom of the Dreams and Madness):
As informações desse artigo foram traduzidas do Japonês pelo Site oficial da Ghibli e de direcionamentos da Fan Page brasileira sobre a mesma empresa
cinematográfica.
FILMOGRAFIA (APENAS DO AUTOR HAYAOU MIYASAKI)
Tenkû no shiro Rapyuta (天空の城ラピュタ ) - O Castelo no Céu, 1986
Tonari no Totoro (となりのトトロ) - Meu Vizinho Totoro ou Meu amigo Totoro, 1988
Majo no takkyûbin (魔女の宅急便) - Serviço de entregas da Kiki, 1989
Kurenai no buta (紅の豚) - Porco Rosso: O Porquinho Voador, 1992
Mononoke-hime (もののけ姫) - Princesa Mononoke, 1997
Sen to Chihiro no kamikakushi (千と千尋の神隠し) - A Viagem de Chihiro, 2001
Hauru no ugoku shiro (ハウルの動く城) - O Castelo Animado ou O Castelo Andante, 2004
Gake no ue no Ponyo (崖の上のポニョ) - Ponyo à beira-mar ou Ponyo Uma Amizade que Veio do Fundo do Mar), 2008
The Wind Rises (風立ちぬ) - Vidas ao Vento), 2013
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