randon

A ascensão de orfélia




Todos os deuses em uma fúria visceral lutam pela sobrevivência pisando nos corpos dos mortais que já tombaram, todos lutam em um frenesi pavoroso, todos lutam contra apenas um, mas este um controla os mortos e traz a morte aos imortais. O sol brilha intenso, mas o céu é escuro e todas as estrelas brilham intensamente, não venta, mas o frio é intenso. Uma continua aurora boreal cruza toda a abóboda celeste do mundo inteiro, marcando assim o fim dos tempos.
Em meio aos grandes choques de energias, um pequeno e perturbada figura se movimenta, ela evita os grandes centros de caos, todos parecem não ligar para ela, afinal de contas o que m mortal pode fazer aos deuses, principalmente ao deus da morte. Devido a isto, os gigantes caem ao seu redor e nada fazem, nem um tenta mata-la.
Esta pequena criatura é ínfima se comparada aos enormes deuses e ciclopes que lutam, a menor criatura é um gigante de barro, tem cinco metros de altura, já o pequeno ser humano, tem um metro e cinquenta e cinco, utiliza uma capa com capuz de vermelhos alaranjados, não é possível ver seu rosto, mas seus cabelos são vistos, longos e de cor do cobre polido. Ela também carrega uma arma, uma espada magica que poderia passar por mundana, se não fosse pela tênue chama azul fantasmagórica que emana dela. Parece ate que um eterno vapor azul emana dela.
A humana vagueira procurando não ser esmagada pelos corpos tombando sem vida e não ser explodida, pelas energias propagadas no ar. No entanto, o destino faz ela se encontrar cara a cara com o deus que todos tentam matar. Em seu intimo, ela estava procurando por ele, mas estava assustada de mais para notar que sempre procurava a morte.
O deus maligno não é horrendo, nem feio. Ele tem cerca de três metros de altura, um rosto largo e achatado, beirando o feio, mas não horrendo. No entanto, sua alma é horripilante e medonha, dela emana uma aura de absoluto terror, ele é um ser depravado, personificação da corrupção e destruição. O deus olha para a pequena e a desafia com a expressão em seu rosto como quem dando honra a um tolo idiota.
Neste instante o pequeno ser junta toda sua coragem que sobrou, baixa seu capaz que escondia seu rosto lindo de profundos olhos verdes e desafiadores. Ate então Orfelia não tinha sacado sua arma, só então ela desembainha sua espada agourenta.
Algo estranho acontece, ao ver aquela lamina, o deus dos mortos sente uma emoção que a muito não experimentara, talvez nunca tivesse sentido isso em toda sua existência. Não era felicidade, nem muito menos paixão ou raiva. O ele sentiu foi o sentimento que apenas os mortais tem capacidade de sentir, um frio na barriga e um calafrio subindo sua coluna vertebral, o que ele experimentou, foi uma a mão do medo acariciando-lhe o corpo. O mais puro e simples medo irracional do desconhecido. De todas as espadas encantadas de todos os mundos encantados, está era a espada perdida para todos, a da profecia do medo de Tiamat, ela não cortaria nada que não fosse o seu destino cortar, ela foi forjada com o aço vindo do éter, trabalhada sobre nas chamas dos dragões e sobre a bigorna dos anões, ela é a espada que traz a fim da existência aos mortos. Ela é a única que não tenciona-se para o estilhaçar quando toca a carne necrotica, ela continua ali, impávida, solida e cortando o ar podre do mundo dos mortos.
Todos os seres de pura magia e podres além da compreensão humana, nem um deles sentia prazer neste campo de batalha, nem mesmo os sádicos ifrites estavam sorrindo.
Mas essa mulher mortal, talvez a ultima de sua espécie, sorria e acha graça do que ver. Seria ela uma demente ou louca? Não importa, pois ela se aproxima não temendo a morte, ela avança saboreando cada momento em perceber a perplexidade no rosto do deus em não conceber a ideia de uma mortal ainda viva e rindo de sua cara e de seu medo.
O embate é singular, é travado na lama podre, de um lado, um gigante de gelo tombado, do outro uma hidra que teve todas as suas cabeças cortadas e cauterizadas. Mesmo o sol brilhando no alto, a única luz que vinha é a luz fraca da aurora boreal e das emanações de energia dos deuses, tudo o que projetava era uma penumbra.
Todos os ataques do deus vem em uma velocidade espantosa, mas todos eles e vem e não atinge a humana, pois ela sempre consegue rolar para algum lugar longe da arma do deus da morte.
Foram doze ataque e nem uma gloria, pois quando o décimo segundo golpe acertara o chão, o deus foi condenado. Lama podre foi atirada em seus olhos e momentaneamente ele ficou cego, mas mais pela raiva que sentiu do que pela própria lama.
Foi o suficiente.
Um corte suave e frio atravessou seu ventre... uma dolorosa queimação entrou por esta ferida e tudo ficou em silencio por um segundo, para logo depois um forte barulho, que para ele é perturbador, atravessa sua tempora e entra em sua mente. O fogo quente devora todo seu corpo, mas o frio é mais devastador repuxando seus nervos. Uma mão gélida aperta seu coração... ele percebe que não é imortal mesmo sendo o deus morto da morte. Uma fome devastadora o apoderou e senti a mortalidade foi como perceber-se impotente. O mesmo sentimento de pavor e horror que um pai tem quando ver seu filho e sua mulher sendo mortos e devorados lentamente por uma terrível cobra.
Ele se sentiu pequeno e frágil.
Então veio o golpe em seu peito. A espada não o matara instantaneamente, o deus ainda viveu por mais algum tempo, apenas o suficiente para sentir que está sendo degolado.

Ofelia finca a espada mais uma vez no peito do deus morto e ele levanta a cabeça degolada dele, um trofel para que todos vejam por quem ele foi morto. Orfelia grita um alto pranto de dor e aflição.
Todos param de guerrear, os ciclopes com medo, correm para suas cavernas no interior do mundo. Os deuses elementais não acreditão no que estão vendo e os deuses humanizados olham com horror aquela cena.

O Fim, inesperado e ninguém conseguiu prever. E ninguém conseguiria prever o que iria acontecer em seguida, nem o narrador desta história sabe, pois o que pode sair da cabeça humana é completamente desconhecido.
Só se sabe que depois de tudo ter se acalmando, Orfelia agora sendo a nova rainha da Corte das Sombras, recolhe todas as almas amaldiçoadas e as que não deveriam está no mundo mortal e as leva de novo para seu reino de origem, reconstrói a Torre Negra e reestabelece a corte. Ela mata e amaldiçoa todas os seres que tentarem invadir seus domínios. Assim como deve ser.



de, Guilherme Neri



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