Litoral Norte do Rio Grande do Norte.
- Olhe essa praia
linda, só de olhar para ela – o céus é completamente azul, sem nem uma nuvem, o
vento é refrescante, carrega um sentimento alegria no ar - Já da vontade de
comer uma carnezinha e tomar uma cachaça, não concorda Filipe? – homens rudes
vestidos de maneiras rudes, vestidos de verde, portando fuzis
automáticos, alguns fumam outros apenas conversam como são suas experiências
sexuais, a maior parte são mentiras. Homens simples que vivem uma vida banal a serviço
do Exercito Brasileiro, homens despreparados para o que está por vim.
A frente do
caminhão desconfortável que traz esses homens, tem mais outros duas caminhonetes com
tração nas quatro rodas. Além de seus motoristas, três pessoas em cada carro,
cada pessoa mais diferente do que a outra.
- Estas praias
são lindas e o clima é perfeito, mas meu aprendiz parece aborrecido, não está
gostando da viagem ou não é como imaginava? – essa voz melodiosa que carrega o
doce aroma da sedução, vem de uma linda mulher de cachos perfeitamente dourados, seu
semblante carrega um mistério, lembra o rosto de uma adolescente tímida ao
mesmo tempo em que seus olhos trazem encrustados milênios de experiência junto
com a vontade de ser surpreendida, olhos que hipnotizam e chama a atenção,
olhos que penetram a escuridão e a imensidão, perpassam as pedras e ultrapassam
as nuvens, ate mesmo a nevoa mais densa, que leem sua mente e lhe
convida para conversar. Olhos amarelos que escondem outra cor e os
olhos de outra pessoa.
Estranhamente o
homem de pouco mais de vinte anos não parece muito interessado nela, ele parece
entediado, ele observa a rebentação das ondas fazendo espumas brancas no mar
verde claro. Imerso em pensamentos e lembranças distantes.
- Minha infância
inteira foi crescer por essas praias, conheço quase tudo por aqui e isso me faz
pensar se foi apenas por isso que fui escolhido para vim também. – o homem tem
longos cabelos escuros, mas que se olhando bem de perto, percebe-se vários fios
prateados que não estavam ali. Seu porte físico é de alguém que cresceu com
inúmeras possibilidades, mas desdenhou de todas. Seu olhar lembra o de sua
mestra, olhos penetrantes, mas inúmeras vezes menos denso, apenas olhos bem
expressivos e enigmáticos.
- Continue, estou
escutando.
- Comparado com a
senhora e com todos os outros, eu sou apenas um peixe
pequeno e carrego uma compreensão limitada dos aspectos da magia. Apesar de eu ter
um grande potencial e um poderoso nome, não me vejo a altura desta empreitada.
- Isso porque
você é derrotista e não humildade. Tem que aprender a ser mais confiante e as
maneiras de nossa tradição. Se nosso Oraculo estiver certo, está missão lhe
ensinará muito. E me diga mais uma vez, onde fica Santa Rita da Rebentação?
- Se eu ainda
lembro, é um Interior que fica numa praia antes de Galinhos. Vai ter uma pousada em
cima das dunas, depois disto basta entrar na primeira entrada então chegaremos, é
uma vila bem pequena, uma igreja católica, alguns comércios, uma igreja
evangélica que a denominação é Igreja de Crente, rua de barro, um interior
mesmo.
- Está tentando
me impressionar, não é?
- Em conhecer um
aspecto da cultura popular?
- Dificilmente um
mago se atem aos pequenos detalhes das vidinhas dos homens banais, se este é um
erro, ainda discutimos bastante, mas os humanos dificilmente tem algo a acrescentar pros
aspectos das magias.
- É, mas minha pesquisa
mostra que algum segredo é guardado no subconsciente coletivo da humanidade.
- Continue.
- Resumindo meu
pensamento a poucas palavras, pois aqui não é um debate. Se pessoas comuns
podem ser forçadas a pagarem o preço da magia que alguns magos fazem, então
acredito que elas tenham Mana. E se eles possuem Mana, pois pagam o preço,
existe algo a mais dentro delas como existe em todas as coisas com Mana.
- Teoria
controversa. Alem de gerar muito polemica é estritamente proibido pesquisas minuciosas em seres inteligentes. – riu e depois mudou de assunto. – Mas e a sua esgrima, como que anda.
O som da tremida
constante do carro abafa o som gracioso do riso dela, mas o sorriso é perceptível. Ela está
provocando.
- Nunca aprendi a
lutar com espadas, nunca me foi útil, ate então minha pistola nove milimitros
Glock, resolveu qualquer problema de natureza violenta – falou sinceramente, agora
olhando nos olhos de sua mestre, depois puxou a arma do coldre e a mostrou.
- Uma bonita e
elegante arma, mas apenas eficiente para matar mundanos. – ela pegou a arma e a
examinou – Mas contra aquilo que estamos indo enfrentar – entregou a pistola de
volta - armas mundanas não servem mais
do que para distração ou para abrir feridas superficiais. – era sua vez de
mostrar sua arma – por mais que melhoramentos mágicos que fizeram nela, está adaga é mais eficiente do que sua pistola. – A lamina da adaga traz
inscrições em runas e sua lamina é tão brilhante quanto a prata, mas é visivelmente feita de osso – apesar de que esta só sirva para ser uma condutora magica ou em para momentos estremos. Agora está
espada – e mostrou a bela bainha – serve para matar tudo oque vive e ate o que
não tem vida, ela perfura não só a carne, mas também o fluxo magico do inimigo, tornando impossível fechar o ferimento causado por ela. Se um dia
você for tão bom espadachim quanto na sua antiga vida, receberá uma desta... –
um enorme calafrio faz todos os cabelos da mestra e do aprendiz se arrepiarem.
- Magia da corte
das sombras... não muito forte e um pouco vulgar, pode ser o changeling que
estamos procurando.
- Ou pode ser um
necromante – falara com um tom de reprovação o homem no banco da frente que ate
então estava calado concentrado na viagem, ele está de terno e gravata e um
óculos escuro fosco – irei da ordens para o Capitão e seus homens esperarem
aqui enquanto seguimos em frente.
- Um necromante
teria uma magia com mais odiosa– falara a mestre – Meu aprendiz, Fionn, pode
estar mais perto da verdade, Thyon. Então prepare suas armas e suas
proteções. Pois é o desconhecido que vocês irão enfrentar.
- Mestre!–
protestou Thyon – A senhora não irá vim conosco? – Fionn ficou apenas calado
tentando ver além do que estava sendo mostrando, ele sabia como sua mestre
gostava de agir, então eles iriam enfrentar um necromante ou um changeling da
Corte das Sombras, sozinhos, ela iria querer saber do que eles dois eram
feitos. E ela iria querer saber quem se daria melhor entre os dois magos.
Eles precisariam do amuleto certo para proteger da emanação do ar
corrompido que traz a degeneração da carne. também precisariam de algo para protege-los de posteriores maldições ou pragas. os mortos vivos e as aberrações criadas a partir dos humanos e animais, poderiam ser abatidos com armas mundanas, sua nove milímetros daria conta de coisa pequena, mas caso seu inimigo pegasse pesado e tivesse ali a muito tempo, eles iriam precisar de maior poder de fogo, então precisariam dos fuzis do exercito. De todo jeitos eles iriam sozinhos.
- Não estou
sentindo a presença de nem um Leiche,
então não existe necessidade de me revelar. E caso seja o infernalista que
estamos procurando que esteja lá, recuem, pois iram precisar de meus poderes e talvez nem consigamos derrota-lo, apenas destruir o corpo mundano dele. - ela suspira e continua - Não desanimem, destruir um Leiche nunca foi fácil. Agora ligue para o
capitão Vasconcelos para eles esperarem aqui e deixarem vocês agirem sozinhos, afinal de contas a função dele é só controlar os humanos banais...
- Senhora, posso
confirmar a presença e mortos na localidade de onde emana a magia da corte das sombras – falou Fionn,
enquanto olhava para o horizonte e preparava seus amuletos.
- Explique! Como
consegue ver os mortos? Sua visão finalmente está voltando a ser como o de sua
vida passada?
- Não o
suficiente para enxergar o local exato, só o necessário para ver de uma distancia considerável, uma quantidade
absurda de urubus voando no céu. E quando acontece isso é porque os mortos não foram sepultados.
A Senhora sorrir
finalmente por ser surpreendida por algo interessante. Normalmente quem possuía a
terceira visão sempre procurava enxercar exatamente o que se está procurando e
não usam ela como uma visão normal. só quem faz esse tipo de ação, são magos inteligentes.
- Vá parando o
carro, Simão – Thyon baixou o vidro e fez sinal para o carro de traz, trazendo
os oficiais do governo, parassem, em seguida desceu e foi explicar a situação e pedir dois fuzis emprestado.
Enquanto Thyon
estava lá fora conversando com os oficiais, a Senhora tira o cinto de
segurança, vai de mansinho ate o ouvido de Fionn sem ele perceber e fala.
- Tome cuidado
lá, nos éramos muito amigas em sua vida passada. – e entrega para ele a adaga
de osso que instantes antes ela o mostrava – espero que sejamos nesta vida também. –
e o beijou rapidamente nos lábio. – pra dar sorte. – mesmo que nem um dos dois
acreditando na Sorte.
Depois disto ela
colocou um óculos escuro e saiu do carro, deixando Fionn confuso sem entender
mais nada. Logo em seguida Thyon entrou na caminhonete e manda Simão seguir em
frente e só parar quando estivesse a cem metros do local onde sentiram a
presença de magia ruim. para piorar a situação, o Capitão queria ver de perto a ação e como foi impedido de fazer isso, ele se recusou a emprestar os fuzis de seus soldados. o capitão era um cretino.
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