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Considerações sobre o cenário musical potiguar




Eu ia escrever um texto sobre como os amigxs músicos daqui de Natal deveriam me contratar para tocar pandeirola. Ia dizer dos meus anos de experiência em tocar pandeirola imaginária e como esse instrumento dá um plus nas apresentações. Mas esse texto tem outro clima, eu queria fazer umas observações de alguns pontos negativos que sempre me incomodam.

Não existe pessoa mais empolgada e mais fã do que eu das bandas daqui do estado, mas gente, tenho que fazer algumas críticas sobre o que rola por minha terrinha. Enquanto a qualidade musical está uma maravilha, os artistas, por outro lado, estão precisando de um puxão de orelha. Começando que ou eles se acham demais e não dão atenção aos seus fãs, ou eles têm um complexo de inferioridade e não conseguem acreditar que ninguém além das famílias e amigos deles dê atenção a seu trabalho (-Vamo rever esses conceitos bandas!).

Ainda em carência de relacionamento com o público: uma banda faz uma promoção prometendo um show particular e depois finge demência (sim ainda guardo rancor por isso) e nunca entrega o prêmio; outra se finge de morta e depois volta como se nada tivesse acontecido; e alguma outra troca de vocalista/faz tudo/alegria da banda e não solta nem uma nota de esclarecimento. Geeeeente, cadê o relações públicas desse povo. Até curso gratuito tem sobre isso, Vamo agilizar issaê.

Quanto a shows: vocalistas se esgoelam e quase a gente não escuta, se tiver instrumentos mais delicados, ponto certo da gente só saber que eles existem na música. Pegando o termo emprestado do jornalismo, o ‘agenda setting’ da cidade não tem planejamento (contraditório, mas é o que acontece), não se tem rotatividade, bandas fazem três shows num mesmo final de semana durante determinado mês e depois somem por séculos. Cadê os produtores para organizar espaços de forma que os artistas não passem muito tempo em off?

Peço licença para pegar emprestada um pedaço do texto “Emsua primeira edição, o Desanuviar Fest cumpriu o prometido” publicado no site potiguar O inimigo:

“A prática do atraso em Natal é comum e parece nunca ter fim. Muito pelo comodismo do próprio público chegar tarde aos eventos ou chegar cedo e ficar do lado de fora aproveitando os preços mais módicos das bebidas. Mas isso não quer dizer que a organização dos shows deva atrasar o começo esperando a chegada das pessoas. É um desrespeito a quem chega na hora.”

Então pelo mal costume do público e pela cumplicidade dos produtores culturais e alimentar esse péssimo hábito todos saem perdendo no final. Ao atrasarem por esperar mais pessoas chegarem os eventos: acabam muito tarde, com poucos gatos pingados prestigiando as últimas bandas e inibindo algumas pessoas a compareceram. Pois quem anda de ônibus vai ter que depender de uma carona, já que pela hora que acaba as festas fica inviável a volta para casa pelo transporte público.

E isso não é positivo para os próprios produtores, para os artistas que muitas vezes tocam para dez ou quinze pessoas (quando teriam um público muito maior se acontecesse em um horário mais viável), muito menos para os apreciadores da cultura. As bandas sofrem, os fãs sofrem.

Enfim, somente gostaria de apontar alguns erros para que pudessem ser melhorados, pois como apreciadora do cenário musical local espero que ocorram algumas modificações LOGO.
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