Para falarmos de vídeo game, precisamos entender que tipo de mídia é essa, quebrarmos os preconceitos e os tabus a respeito das influências que os jogos podem causar, ou causam. A mídia interativa já é uma realidade no mundo, no mercado e entre as relações sociais. Infelizmente, no Brasil e nos países subdesenvolvidos, esse mercado não encontra espaço sólido e os fãs se encontram em um nicho reduzido, voltando àquela velha conversinha de tribos, classificações e mais preconceitos.
O que se costuma dizer é que o físico William Higinbotham é o inventor despretensioso da tecnologia em 1958. Coincidentemente, ele foi o criador da causa da maior dor humana, a produção da primeira bomba atômica. Porém, como ele não tinha consciência de seu precioso engenho (o vídeo game), não o patenteou e assim não ficou tão conhecido como verdadeiramente o inventor do aparato.
O cenário para elaboração dos primeiros consoles era a Guerra Fria. A dinamicidade da cultura influenciou muito o relacionamento que as pessoas tinham com os jogos e os consoles, isso também afetou o mercado. Essas mudanças tiveram origem nos inúmeros movimentos sociais, entre a derrubada do muro de Berlim até a queda das Torres Gêmeas, dentre outros acontecimentos posteriores. Mas, o que movimentou o sucesso dessa mídia foram os jovens e o fato de que essa é a descoberta, talvez a única, da primeira mídia com total capacidade interativa, aonde você mesmo tem o poder de fazer uma nova história, repetidamente e como quiser. O que é de se impressionar é que as forças armadas e o desenvolvimento de jogos teve íntima relação, ademais com a origem e em outras fases de sofisticação dos jogos para console (plataforma eletrônica para a leitura dos jogos). Se não fosse isso, os vídeo games talvez não tivessem sido criados.
A seguir, confiram o documentário "A era dos vídeo games", longa-metragem produzido pela Discovery Channel. Esse projeto é preciosíssimo no sentido do aprofundamento histórico da mídia. O filme foi dividido em alguns episódios, por se tratar de uma produção especialmente para a televisão. Por isso, sua duração é longa, cerca de três horas, mas é uma ótima pedida para se conhecer profundamente o que essa mídia interativa promissora tem de tão especial (simplesmente é o futuro no presente).
Em outras oportunidades, em que falaremos sobre jogos, nossos colunistas criarão momentos nostálgicos, falando sobre histórias, desenvolvimento e curiosidades sobre games antigos (retrô).
Alexandre Beethoven